terça-feira, 1 de abril de 2014

1964 - O ano que precisa acabar!

Resolvi deixar esse texto pra hoje, porque ontem só existiam muitas vitimas da ditadura, hoje elas devem está mais calmas.
Ontem completou 50 anos do "golpe militar" de 1964 e ainda diariamente temos que conviver com os fantasmas/cadáveres da época que agora mais do que nunca fazem questão de desenterra-los na tentativa de reescrever a história a seu bel-prazer, exibindo somente uma das faces dessa história tão obscura, calando e negando qualquer fato alegado pelo outro lado, (tentando até tirar os méritos das obras por eles feitas, especificamente a ponte Costa e Silva). Toda história tem duas versões, mas essa não, agora só existe uma verdade, que só agora está sendo reescrita pela "Comissão da Verdade", ou "meia verdade", pois só conta e escreve um dos lados da história. O que é no mínimo desonesto, é uma espécie de novo Nuremberg. Uma tentativa bisonha de ganhar a guerra perdida na década de 60.
Não pode se dizer que era uma época feliz e vivíamos no paraíso, como alguns saudosistas do regime militar exaltam, isso é mentir. Mas dizer que foi uma total miséria é igualmente uma mentira. 
Já que fazem tanta questão de recordar o fatídico ano de 1964, temos que lembrar também que era uma guerrilha. Ah, amigo "guerra é guerra", não pode-se afirmar que todo mundo que foi pego pelos militares eram tão vítimas assim. Abusos, torturas, desmandos, assassinatos e sequestros foram cometidos pelos dois lados, todos eles pegaram em armas, estavam dispostos a matar por suas ideologias e negar isso é uma desonestidade intelectual tremenda.
Ah, amigo você não irá encontrar santas num prostíbulo. Guerra é guerra!
Aqui tem uma entrevista de uma ex guerrilheira, que mostra todo esse vitimismo é em muitos casos somente uma demagogia para se aproveitarem de alguma maneira desse ano interminável, como a nossa presidenta faz muito bem. Dilma querida, você não é mais a menininha aprisionada pelo DOI/CODI, você hoje é comandante suprema da nação, por favor pare como esse coitadismo barato.
  
1964 precisa acabar!
 
Enfim vou deixa-los com o texto do Reinaldo Azevedo, que fala bem melhor sobre isso:
 
 1964 já era! Viva 2064!
1964 já era! Tenho saudade é de 2064! Os historiadores podem e devem se interessar pelos eventos de há 50 anos, mas só oportunistas querem encruar a história, vivendo-a como revanche. Enfara-me a arqueologia vigarista. Trata-se de uma farsa política, intelectual e jurídica, que busca arrancar do mundo dos mortos vantagens objetivas no mundo dos vivos.
A semente do mensalão está nos delírios do Araguaia. O dossiê dos aloprados foi forjado pela turma que roubou o “Cofre do Adhemar”. Os assaltos à Petrobras foram planejados pelas homicidas VAR-Palmares, de Dilma, e ALN, de Marighella. A privatização do passado garante, em suma, lugares de poder no presente e no futuro. Os farsantes apelam à mitologia para reivindicar o exclusivismo moral que justifica seus crimes de hoje. Ladrões se ancoram na gesta da libertação dos oprimidos. Uma solene banana para eles, com seus punhos cerrados e seus bolsos cheios!
Quem falava em nome dos valores democráticos em 1964? Os que rasgaram de vez a Constituição ou os que a rasgavam um pouco por dia? Exibam um texto, um só, das esquerdas de então que defendesse a democracia como um valor em si. Uma musiquinha do CPC da UNE para ilustrar: “Ah, ah, democracia! Que bela fantasia!/ Cadê a democracia se a barriga está vazia?” Para bom entendedor, uma oração subordinada basta. A resposta matou mais de 100 milhões só de… fome!
Nota desnecessária em tempos menos broncos: respeito a disposição dos que querem encontrar seus mortos. Eu não desistiria enquanto forças tivesse. Mas não lhes concedo a legitimidade, menos ainda a alguns prosélitos disfarçados de juristas, para violar as regras do estado de direito. A anistia, por exemplo, não está consignada apenas na Lei 6.683. O perdão — não o esquecimento — é também o pressuposto da Emenda Constitucional nº 26 (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-revisao-da-anistia-todas-as-leis-que-sete-procuradores-tem-a-ousadia-de-querer-ignorar-%E2%80%94-alem-claro-de-tentar-chutar-o-traseiro-do-supremo/), de 1985, que convocou a Assembleia Nacional Constituinte. Vamos declarar sem efeito o texto que nos deu a nova Constituição? A pressão em favor da revogação da anistia e a conversão da Comissão da Verdade — se estatal, ela é necessariamente mentirosa — num tribunal informal da história ignoram os pactos sobre os quais se firmaram a pacificação política do país.
Digam-me: onde estávamos em 1985? Revivendo a repressão de 1935, que se seguiu à “Intentona Comunista”? E em 1987? Maldizendo os 50 anos do Estado Novo? E em 1995, celebrando o seu fim? Estado Novo? Eis a ditadura que os “progressistas” apagaram da memória. Um tirano como Getúlio Vargas foi recuperado pelas esquerdas para a galeria dos heróis do anti-imperialismo e serve de marco, segundo os pensadores amadores, para distinguir “demófobos” de “demófilos”.
Ilustro rapidamente. Entre novembro de 1935 e maio de 1937, só no Rio, foram detidas 7.056 pessoas. Todas as garantias individuais estavam suspensas. Dois navios de guerra foram improvisados como presídios. Em 1936, criou-se o Tribunal de Segurança Nacional, que condenou mais de 4 mil pessoas — Monteiro Lobato entre elas. Mais de 10 mil foram processadas. A Constituição de 1937 previa a pena de morte para quem tentasse “subverter por meios violentos a ordem política e social”. Leiam o decreto nº 428, de 1938, para saber como era um julgamento de acusados de crime político. Kim Jong-un ficaria corado. A tortura se generalizou. No assalto ao Palácio da Guanabara, promovido por integralistas em maio de 1938, oito pessoas presas, desarmadas e rendidas foram assassinadas a sangue frio, no jardim, sem julgamento, por Benjamin e Serafim Vargas, respectivamente irmão e sobrinho de Getúlio. No dia 9 de novembro de 1943, a Polícia Especial enfrentou a tiros uma passeata de estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, com duas vítimas fatais. Tudo indica que os mortos e desaparecidos do Estado Novo, sem guerrilha nem ataques terroristas, superaram em muito os do regime militar. Nunca se fez essa contabilidade. Nesse caso, a disputa pelo presente e pelo futuro pedia que se escondessem os cadáveres.
Getúlio virou um divisor de águas ideológicas na história inventada pelos comunistas, oportunistas e palermas e é o pai intelectual de João Goulart, o golpista incompetente deposto em 1964. Antes como agora, “eles” sabem como transformar em heróis seus assassinos. A arqueologia do golpe é um golpe contra o futuro. Viva 2064!
Por Reinaldo Azevedo
Veja

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