sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Por uma nova Independência (Veja o vídeo)

POR UMA NOVA 
INDEPENDÊNCIA!
Feliz dia! Hoje é o seu dia! O nosso dia!

Apesar de não sermos tão patriotas assim, ao ponto de acordarmos, pendurarmos uma bandeira, sairmos nas ruas cantando o Hino Nacional, todos juntos comemorando o nosso orgulho, nossa satisfação de termos nascido e  de viver nesta terrinha tão sofrida, nesse solo pouco gentil, precisamos pensar a respeito deste dia.

Há 191 anos, numa manhã como outra qualquer, atribulada pelo sol, transtornada pela falta de perspectiva, sem amanhã nem porvir, insurgentes aristocratas declararam-se livres. Mas livres de quem? livres do quê? 

Reza a lenda que D. Pedro I teria gritado às margens de um rio (um tal Ipiranga) que, ou alcançaríamos a independência ou morreríamos. Na verdade, não posso dizer que ele pensava em nós e aprendemos com a história que ele pensava mais em si mesmo e em sua classe. Naquele tempo estas terras eram domínio de uma nação européia que dela se utilizava somente para manter a prepotência e a exuberância de sua decadente nobreza - portuguesa. Na terra de pretos escravos, mercenários, saqueadores, forasteiros, grileiros, fugitivos índios, o grito foi dado por alguém que não era dono de nada.

Após muitas lutas, D. Pedro I apossou-se do que era do seu pai, D. João. Mas... espera um pouco - quem disse que o Brasil era do pai dele? Bem, segue a história e nos diz que desde aquele insurgente 07 de setembro nos tornamos independentes.

Espera um pouco novamente... ficamos independentes? É melhor contarmos uma história melhor, ou então mudarmos ela completamente. Depois daquele dia o Brasil continuou dependente. Dependente do dinheiro europeu. Submisso ao capricho europeu. Capacho de países europeus. Desmoralizado por países europeus. Carente de ajuda e necessitado de cultura - quase toda influenciada por países europeus. 

Não há que se negar que a resistência do verdadeiro povo foi grande. O Brasil independente pertencia às elites e não às gentes. O negro não tinha Brasil. O índio não tinha Brasil. O pobre branco não tinha Brasil. Todos tinham apenas sonhos - sonhos de possuírem as próprias calças no Brasil. Sim, porque àquele tempo, até vestir-se era luxo no Brasil.

E assim continuamos, sonhadores do Brasil! Acreditando que um dia ele será nosso, porque os verdadeiros donos dele criam suas leis, descumprem as leis que criam, são julgados por si mesmos, digladiam-se entre si, inocentam-se, depois vão todos comemorar em uma pizzaria. Fartam-se de suprir suas próprias necessidades, acalentam-se e trocam sorrisos, afagam-se e marcam reuniões para decidir o que tentarão decidir na reunião seguinte, estabelecem metas, mas não alcançam nenhuma delas e.... opa! corrijo-me novamente... alcançam apenas uma - perpetuam-se no poder! E partem para o dia de expediente seguinte, para começar tudo outra vez.

Assim, aqui ficamos nós - pobre povo - pobre gente, pousando de revolucionários... gabando-nos de entendermos tudo... envergonhando-nos de não fazermos nada.

Mas há quem diga que não tem condições e de fato não temos pois quem somos nós? todos pequenos... o que faremos? Já sei!!! Estejamos juntos, unidos, lutando em silêncio, com cada gesto; reprimidos, mas sempre atentos, esperando somente a oportunidade de conquistarmos o nosso Brasil. Diz um velho ditado que é fácil dobrar um galho que está sozinho... mas muitos galhos unidos são indobráveis! 

Faremos nossa revolução com gritos silenciosos! Façamo-la todos nós! Com cada atitude em nosso dia-a-dia, na persistência de sermos corretos, na insistência de sermos sóbrios e não sermos levados por conversas toscas, burras, reprimidas e sem expressão de verdades! Ah! as verdades... quase me esqueço delas... sempre admiradas e sempre incômodas; indigestas como sabão em pó, mas auxiliadas pelo senhor cloro - aquelas ideias lúcidas, lavam a mente de quaisquer ignorantes, qualquer não sabedor, qualquer expectador, qualquer eleitor.

Façamos a nossa Revolução com educação... com a nossa melhor educação, de forma diferente, irreverente. Vamos também investir em nós mesmos para que sejamos cidadãos melhores, vizinhos melhores, amigos melhores... Cuidemos de nossa família e amemos quem tivermos para amar. Ajudemos uns aos outros, a quem se possa ajudar. Há aqueles que não poderão ser ajudados porque simplesmente não nos estenderão as mãos. Vivem muito para si mesmos e não enxergam o quanto precisam do outro. Eles ainda precisam entender que 'somos todos iguais, braços dados ou não'. 

E agora me lembro de uma velha música, esquecida, atual, produzida e cantada no final do ano de 1988 - após o Brasil parir uma nova Constituição. Constituição... que decepção! Ela não baniu ladrão! Ela fingiu que não os via, para não morrer de agonia nos braços de quem a elegia condutora da nação.

Para refletir:
Disputa de poder - Simone - 1988


É ruim de segurar, assim não dá é padecer
Do jeito que está vamos pagando pra sobreviver
Se trocou, não mudou nada, jogo de carta marcada
É só perder... a panelinha armada
Tem muita brasa e ninguém bota pra ferver
Isso aqui tá brincadeira, isso aqui tá brincadeira...
Ou será que não está? tá, tá, tá...
Brasileiro, brasileira, tá na horá de gritar

Chega de levar tanta porrada
Vamos ver se a papelada dessa vez é pra valer
Chega! Tá virando sacanagem
As promessas são bobagens que só faz aborrecer
Cansado, rasgo a fantasia dessa anarquia
Na disputa do poder

Piuí, piuí, puá, puá (poire-poire)
Eu quero ver onde essa zorra
Vai parar

Vídeo de apresentação e breve entrevista com a cantora, clique aqui.

Um comentário:

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