sábado, 21 de setembro de 2013

Nova Estação - Poema

Este poema é uma homenagem ao Criador e a sua Primavera. Feito em julho de 2006, foi guardado a sete chaves. Hoje me lembrei dele e o publico para vocês - neste dia de coincidente início da Primavera - 2013.
**********************************************************************************


Nova Estação

Durante um longo período o céu esteve escuro. Os raios que tão ousadamente se esforçavam por transpassar as nuvens eram detidos em cada gotícula sombria.

A terra se encheu de pesar e houve lágrimas abundantes. 

O frio cercou os corações, congelou e sufocou os sentimentos ante um tempo tão escuro e vazio. 

O ruído lá fora anunciava a angústia e o medo de que a vida não resistisse à escuridão daqueles dias.

O vento soprou avidamente no momento exato em que uma ponta de sentimento se ergueu como uma pequenina chama de calor sobre uma vela. O ímpeto e a força denunciavam sua pretensão de estender aquela escuridão ainda por muito tempo.

Naqueles dias tudo se calou pois não havia o que se fazer. Só restava acreditar. A morte aparente angustiava a vida que não parava de lamentar.

Foi-se um tempo, outro tempo e mais um. Nenhum sinal havia para se apegar.

Porém, uma sementinha despertou repentinamente para proclamar a esperança. Um raio de luz havia rompido a extensa camada de solidão que havia se colocado entre o sol e a terra. Naquele momento o céu esteve lindo.

Em outras partes da nação, outros resistentes seios de vida, outras sementinhas, haviam conseguido repetir o grande feito da primeira.

Logo as trevas recrutaram novos elementos e agruparam esforços.

A escuridão fechou novamente o céu e uma grande tempestade abateu a terra. A força das águas arrastou muitas das valiosas sementinhas fazendo delas mártires de um sonho.

No meio da noite, um trovão retumbou no firmamento tentando impor o medo outra vez. Não sabia o tempo que aquele relâmpago que se seguiu trazia o calor que iria vencer o frio.

A pequena raiz que a sementinha lançara sob a terra fora suficiente para manter viva tanto ela quanto o desejo de viver. Aquele poderosa estação havia de passar.

Não demorou e outros filamentos de luz alcançaram o chão.

Maravilhosamente, pontinhos verdes encheram a face da terra, assim como pontinhos vermelhos aclamam a mocidade a uma não mais criança.

Já não era mais possível deter a vida. A quimera transformou-se em sonho que podia ser realizado.

As muitas águas juntaram-se e emanaram de entre as brechas das rochas para formarem poderosos rios. De destruidoras, passaram a ser semeadoras de amor ao longo das extensas margens.

O calor da luz tornou as incontáveis gotículas sombrias em alvas nuvens no quadro da criação. Enchendo a terra de relva e de flores, o Pintor decretou a vida e anunciou um novo tempo.

A Nova Estação, cheia de alegria, satisfação e cor era uma prova do incomparável cuidado do Criador.

Nestes dias, já não podemos fazer menção à escuridão, porque hoje o SENHOR anunciou a PRIMAVERA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Deixe aqui sua opinião lembrando-se sempre do respeito e da civilidade com que devemos tratar a todos. Obrigado.