segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ONU oferece proteção a 'Julieta saudita'

A mulher saudita que fugiu de seu país com seu namorado iemenita recebeu neste domingo proteção da ONU enquanto tenta obter asilo.


A história de Huda al-Niran, 22 anos, e seu namorado, o iemenita Arafat Mohammed Tahar, 25, evoca a de Romeu e Julieta e tem motivado campanhas online e protestos de rua.

Huda conheceu Arafat três anos atrás, em uma loja de celulares na Arábia Saudita, e os dois se apaixonaram. Ele pediu a mão dela em casamento, mas o pedido foi negado pelo pai de Huda.
"Minha família queria que eu me casasse com um outro homem", diz Huda em um vídeo postado no YouTube. "Mas eu me recusei. Disse que ninguém me tocaria senão Arafat. Foi aí que pensei que eu deveria fugir."
Huda saiu de casa e cruzou a fronteira entre Arábia Saudita e Iêmen, disfarçada de trabalhadora iemenita.
Segundo comunicado da ONG Human Rights Watch, que conversou com o advogado do casal, Arafat também fugiu; eles planejavam se casar no Iêmen. Mas ambos foram detidos na fronteira. Hura foi acusada de imigração ilegal.

Asilo

A Human Rights Watch diz que a Arábia Saudita está pressionando o Iêmen pela deportação de Huda, mas alertou que a jovem correria risco de sofrer violência por parte de sua própria família.

Neste domingo, representantes do braço da ONU para refugiados (Acnur) disseram à BBC que foi aberto um pedido de asilo para a jovem, acatando a ideia de que sua vida correria risco se ela voltasse para casa.
Enquanto seu pedido é estudado, ela fica sob proteção da ONU e não pode ser deportada. A Acnur disse à BBC que é grande a possibilidade de que ela receba o status de refugiada nos próximos dias - o que significaria que ela e Arafat ficariam livres para se casar.

Apoio

Simpatizantes fazem campanha online em favor do casal, detido na fronteira Arábia Saudita - Iêmen
A história do casal teve grande repercussão no Facebook no Iêmen, e diversas páginas foram criadas para comentar a história do casal (uma delas tem mais de 9 mil "likes").
E também neste domingo, quando a Justiça iemenita realizou uma audiência do caso, dezenas de pessoas foram às ruas da capital Sanaa protestar em favor de Huda e Arafat.
Muitos iemenitas têm apoiado a causa não apenas por ser uma história de amor, mas porque o caso desafia a Arábia Saudita - país vizinho com o qual o Iêmen tem relação às vezes tensa.
Segundo a agência France Presse, a Justiça iemenita não decidiu o caso ainda. Uma nova audiência será realizada em 1º de dezembro.
As acusações que recaíam sobre Arafat foram retiradas, mas ele se recusou a deixar a prisão onde está Huda. O casal se encontra uma vez por semana, durante as audiências.
"A empatia com Huda é porque ela se rebelou contra sua cultura", diz Fahad, funcionário público de 33 anos que organizou o protesto deste domingo. "Ela enfrentou uma sociedade patriarcal que ordenava que ela se casasse. Isso mostra a necessidade de termos Estados modernos, com liberdades e direitos e onde as pessoas possam, por exemplo, escolher com quem querem se casar."
em BBC

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