Este poema é uma homenagem ao Criador e a sua Primavera. Feito em julho de 2006, foi guardado a sete chaves. Hoje me lembrei dele e o publico para vocês - neste dia de coincidente início da Primavera - 2013.
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Durante um longo
período o céu esteve escuro. Os raios que tão ousadamente se esforçavam por
transpassar as nuvens eram detidos em cada gotícula sombria.
A terra se encheu
de pesar e houve lágrimas abundantes.
O frio cercou os corações, congelou e sufocou
os sentimentos ante um tempo tão escuro e vazio.
O ruído lá fora anunciava a
angústia e o medo de que a vida não resistisse à escuridão daqueles dias.
O vento soprou
avidamente no momento exato em que uma ponta de sentimento se ergueu como uma
pequenina chama de calor sobre uma vela. O ímpeto e a força denunciavam sua
pretensão de estender aquela escuridão ainda por muito tempo.
Naqueles dias tudo se
calou pois não havia o que se fazer. Só restava acreditar. A morte aparente
angustiava a vida que não parava de lamentar.
Foi-se um tempo,
outro tempo e mais um. Nenhum sinal havia para se apegar.
Porém, uma sementinha
despertou repentinamente para proclamar a esperança. Um raio de luz havia
rompido a extensa camada de solidão que havia se colocado entre o sol e a
terra. Naquele momento o céu esteve lindo.
Em outras partes da
nação, outros resistentes seios de vida, outras sementinhas, haviam conseguido
repetir o grande feito da primeira.
Logo as trevas
recrutaram novos elementos e agruparam esforços.
A escuridão fechou
novamente o céu e uma grande tempestade abateu a terra. A força das águas
arrastou muitas das valiosas sementinhas fazendo delas mártires de um sonho.
No meio da noite, um
trovão retumbou no firmamento tentando impor o medo outra vez. Não sabia o
tempo que aquele relâmpago que se seguiu trazia o calor que iria vencer o frio.
A pequena raiz que a
sementinha lançara sob a terra fora suficiente para manter viva tanto ela
quanto o desejo de viver. Aquele poderosa estação havia de passar.
Não demorou e outros
filamentos de luz alcançaram o chão.
Maravilhosamente,
pontinhos verdes encheram a face da terra, assim como pontinhos vermelhos
aclamam a mocidade a uma não mais criança.
Já não era mais
possível deter a vida. A quimera transformou-se em sonho que podia ser
realizado.
As muitas águas
juntaram-se e emanaram de entre as brechas das rochas para formarem poderosos
rios. De destruidoras, passaram a ser semeadoras de amor ao longo das extensas
margens.
O calor da luz tornou
as incontáveis gotículas sombrias em alvas nuvens no quadro da criação. Enchendo a
terra de relva
e de flores, o Pintor
decretou a vida
e anunciou um novo tempo.
A Nova Estação,
cheia de alegria,
satisfação
e cor era uma prova do incomparável cuidado
do Criador.
Nestes dias, já não
podemos fazer menção à escuridão, porque hoje o SENHOR anunciou a PRIMAVERA.
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