Durante a semana passada me deparei com um texto "Por que me tornei a favor das cotas para negros", do escritor e juiz federal William Douglas que falava sobre a mudança de sua opinião a respeito das cotas raciais.Analisei o texto e ao mostrá-lo para algumas pessoas recebi os seguintes comentários texto sobre o assunto proposto.
" Texto lindo e legal . Ainda bem que ele fala da maioria dos pontos polêmicos, talvez até todos, os quais merecem uma análise mais profunda de nós. Eu sempre fui pobre, não de marré deci, mas pobre, e convivi com pessoas mais pobres do que eu, bem como com pessoas com poder aquisitivo razoável. Uns pararam no tempo e ainda estão no mesmo padrão de vida. Outros conseguiram subir alguns degraus do sucesso.
Eu aprendi a interferir a partir do momento em que a idade foi avançando - porque quando se é criança e adolescente, o modo de enxergar o que está ao nosso redor, dependendo da perspectiva e o grau de amadurecimento, é totalmente diferente - e comecei a perceber, quando me dediquei a fazer concurso, a insuficiência de aprendizado que passei no meu ensino fundamental e médio, com professores mal preparados, sem motivação e com condições de trabalho deplorável.
Com isso eu sofri os reflexos dessa situação e sinto o as consequências até hoje, com falta de entendimento de alguns textos dotados de uma linguagem mais rebuscada. Não me cabe culpá-los, uma vez que os motivos da decadência nas escolas públicas, nas quais comecei meus estudos e terminei com muito orgulho, não são desses grandes mestres guerreiros, mas de um poder que pra nos é impossível de, sozinhos, estender a mão, abarcar o problema e resolver, como um toque de uma varinha de condão. Esse mal, como qualquer outro, é pra ser resolvido na sua fonte,no princípio, na raiz. É o que penso também sobre as cotas raciais.
Se tivéssemos um ensino de qualidade nas séries iniciais aliados a outras atividades correlatas não estaríamos discutindo isso. Então porque não se resolve isto nas séries iniciais? Cadê as políticas públicas? Cadê a educação familiar? Esta cresceu sobre a luz da ignorância e ignorância é o que sabe e o que tem pra ensinar os seus 6 ou mais filhos, dando uma grande contribuição para a formação de uma sociedade marginalizada. Isso gera uma reação em cadeia!
É mais fácil, mais barato e tem resultados mais rápidos para os governos as cotas, que são bem vindas é claro, mas para resolver o problema de hoje,que foi concebido há muito tempo. Mas isso não pode perdurar.
Com as cotas deveriam vir a tiracolo tudo aquilo que falei e deve-se estabelecer um interstício para o fim das cotas e permanência dos investimentos nas séries iniciais. Feito isso, acabaria a discussão sobre educação. Para isso é obrigatório um planejamento estratégico bem configurado. Isso leva tempo e dinheiro, que para essas coisas o governo não tem.
Graças a meu bom Deus eu estou em um emprego que me dá dignidade e boas condições de sobrevivência, porque me agarrei em algumas oportunidades depois de ter estudado um pouco, aliado a uma família, não rica, mas estruturada nos alicerces dos bons costumes, o que me ajudou muito. Graças a isso, me considero um grande vencedor, porque não precisei de cotas para chegar onde estou: COM UM EMPREGO RAZOÁVEL E CURSANDO DIREITO EM UMA FACULDADE PÚBLICA. Posso não ter os bons argumentos do Professor Dr. William Douglas, mas estou convencido, até agora, do que acabo de lhe apresentar. "
André Francisco, estudante de direito da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) e oficial de justiça.
Buscando a etimologia da palavra universidade descobri que ela se origina do latim universitas - "corpo, sociedade”; inicialmente “o todo, agregado”, de universum, “inteiro, o todo”. Então tal nome não vem somente com o intuito de dar título a uma instituição; ele está entrelaçado a seu propósito que é agregar
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